Para Luísa II
E, ah, lá vem a menina do cabelo arruivado
Dos sonhos que, já há muito tempo, foram acabados...
Mas, devo dizer!, também se levantaram, restaurados
Com seus dedos que moldam o mundo pra ser cacheado
Eu chego e olho à fadinha pequena do feiticeiro
Ah, esse mago bonito que é chamado de mundo...
Olho com açúcar praquele sofrimento rasteiro,
mas que decerto deixaria qualquer um moribundo
A dançarina que luta contra a bruxa e se remexe
Bruxa bruxuleante: a vida pra moça, que entristece
Mas ei, ei, ei! Por favor, ao menos, vê se não se esquece
Dessa aqui de longe, fria, que os versos feios lhe tece...
Mas és o pássaro que dança descolorindo estrelas
Como quem desbota os cabelos das mais belas damas
E as estrelas, certamente tens o poder de mexê-las
Dando-lhes mais calor do que daria a melhor das camas
Escute-me, tu és a moçoila do olho acabado...
Possuis os dedos que costuram verbetes arruivados.
Tu és quem deixa meus ânimos gratos e restaurados
Ah, meu anão raio de sol do cabelo cacheado!