Pode vir por sul ou norte, desde que chegue aqui, moço
Vê se esconde em mim, por favor, esse fundo de poço.
Disfarce com perícia a vida que há em minhas mortes,
Mas me deixe morrer perto de ti, onde estão meus fortes.
Já está dentro de mim, despencado em minhas olheiras
Você vem e colhe melancias das minhas macieiras
Arranque de mim as folhas da primavera mortífera
Vejo-lhe em mim: eu, de sal, e você me faz frutífera.
Goste de mim, moço, embora eu desfie meu tecido
E sempre deseje ainda mais cedo ter lhe conhecido
Quiçá você eternamente será meu maior apogeu
Pois dos meus cansaços, nenhum a ter seu nome se atreveu
E se ando desmusicada, torno-lhe meu instrumental
Bom... Tenho culpa se, do meu país, você é a capital?